29 de jun. de 2010

- Vamos, menina...só falta um pouquinho.
- Mas eu cansei tio. Essa ladeira é muito alta e minha bicicleta quebrou.
- E como você vai fazer para conquistar o mundo?!
- Ah tio!! Eu o conquisto com os olhos... mas vou precisar de sua ajuda. Me leva até o topo?
- Não...que eu vou chegar primeirooooo...

E seguiram correndo montanha acima. Ele, com ânsia de novos olhos e ela, com toda esperança brilhando no horizonte.

28 de jun. de 2010

É que de repente começou tocar outra música, mais pausada e com batidas mais fortes. Passara a noite em claro, pois o som era muito nítido ao travesseiro. Queria que fosse um samba, uma valsa, um fado...mas sabia que era um choro...tocado num coração de alfaia...


Ela gostava de desenhar histórias, por isso ficou triste no dia que sua aquarela derreteu na chuva... suas lágrimas coloridas se juntariam ao mar. E o mar é muito grande pra se contar, não cabia no seu pincel...

Carta para ...

... É que ficar patinando e ouvindo o vento me dá a sensação de que tudo vai passar rápido. Que a velocidade das rodas vai antecipar a paz, mesmo por que, depois da lágrima tudo se resolve.



"Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?

... Vou pensar.

- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!"

18 de jun. de 2010


Ela andava suave, quase sem tocar o chão. Trazia sempre a leveza nos pés e no pensamento a certeza: "a poesia da lagarta é ter alma de borboleta”. Num instante, seu sorriso furta-cor me escapou seu segredo de pluma. Ela tinha asas transparentes.



17 de jun. de 2010

A Cor do Vento



Hoje o vi de amarelo dançando com girassóis. Lindo! Mas prefiro seu terno aquarela de quando me traz teu cheiro. Se faz primavera.

16 de jun. de 2010



Quando parou foi que percebeu onde estava. O piloto automático mais uma vez a levara para praça. Já sabia, então, o que estava por vir. Sabia que ia consumir aquele sentimento até a última gota, iria chorá-lo, iria ri-lo. Iria despersonalizá-lo. Iria esmagá-lo, e por fim ignorá-lo. Sairia de lá magra, sem excessos na sua alma. Era sua terapia, enterrar as mágoas. A praça se transformara num cemitério de emoções.

10 de jun. de 2010

Pela estrada a fora...

Já estava pensando nisso há alguns dias. Essa era uma boa hora pra recomeçar. E com o novo ano começando (acabara de chegar no km 30), teve a certeza. É uma boa hora pra recomeçar. Tudo que fizera, até então, fora muito bom. Mas… e se tivesse pego o caminho errado? Se naquele momento tivesse ido pela esquerda e não pela direita? Isto nunca saberia. Sabia onde iria chegar se continuasse por onde estava indo. Como sempre gostou do impreciso, resolveu que aquela era a hora de recomeçar. Pensou em que ponto da sua história retomaria a história, escreveria diferente... e viu que o ponto só poderia ser um, já estava escolhido involuntariamente. Ela recomeçaria da época em que “não fazia a melhor ideia do que fazer da vida”. E se desejou um bom recomeço...

7 de jun. de 2010

...só se as minhas ideias acenderem como vagalumes. Aí eu poderia dizer para minha amiga belga toda a história da foto. Da árvore encantada que morava na margem do Rio Madeira, e do trabalho pesado que tive na estação Madeira-Mamoré. Mas só quando as minhas ideias acenderem como vagalumes





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