29 de mar. de 2010

Dez encontros...

Eles sempre caminhavam em direções opostas. Quase que todo dia, quase na mesma hora. Ao se cruzarem interrogações.
- O que será que ele está ouvindo?-ela.
- Será que ela presta atenção em mim?- ele.
Mais uma volta, o pensamento longe, e...
-Será que ele caminha todo dia?-ela.
-O que será que ela faz às terças e quintas que não vem caminhar?
Assim como o mundo gira, eles giraram.
-Quantas voltas será que ele dá?-ela.
-Quanto tempo faz que ela caminha? - ele.
E continuaram assim no seu ritual diário. Caminhando em direções opostas para poderem olhar na mesma direção. Um para o outro.

16 de mar. de 2010

Apesar de sua oração não necessitar de tempo e espaço, era domingo e procurava um templo. Buscava algo que lhe trouxesse de volta os desejos, as perspectivas, as projeções de futuro. Depois de algumas voltas e lembranças, os quatro corações acharam o vale perdido. E sentiu o vento, pisou na terra, esquentou-se na fogueira e bebeu da água. Comungava. Viveu por alguns minutos lá, apenas lá. Não encontrou a si mesma... mas foram bons minutos vividos entre os mundos.

7 de mar. de 2010

Lentamente a lágrima escorre
Gentil soneto na madrugada
Mas quão singela, ó dor velada
O puro e franco sal que morre...

4 de mar. de 2010

Crôn...

Era uma vez uma crônica que, de tão pequena, as letras não couberam na sua palavra.