14 de abr. de 2010

Pedaço de mim

Ele já havia lido algo sobre órgãos fantasmas. Lembrava o relato de quem ainda sentia seus braços amputados, suas unhas doídas, encravadas, nos pés que já nem haviam mais. Até cantarolou “ que a saudade dói latejada/ é assim como uma fisgada/ no membro que já perdi...” Sua dúvida era saber se o que estava sentindo era um formigamento fantasma de um órgão perdido, ou o renascimento de células que aprenderam com o fígado a arte de se regenerar. Na falta de explicação só continuou sentindo. Seu coração estava batendo.

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